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Leia um trecho de "O labirinto - Vozes Ocultas"

Castell estava tenso, andava de um lado ao para o outro em sua sala pouco iluminada, desde que Elena Faxter lhe contara que encontrou enfim o menino que vinham procurando há anos ele perdera o controle sobre si próprio, já estavam procurando pelo garoto a tanto tempo que ele apenas não aceitara o fato, mas há muito já havia perdido a esperança.

Era questão de tempo até que enfim estivesse com o garoto no labirinto e começasse a treinar, ele era a única chance de derrotar de uma vez por todas qualquer tipo de... Castell poderia não ter a audição que tivera em sua juventude, mas tinha certeza que estava ouvindo passos, estranho, era para estar sozinho àquela hora da madrugada, pegou rapidamente seus livros sobre feitiços de localização e escondeu-os debaixo de uma das estantes da sala, antes que pudesse voltar para a mesa e esconder os mapas a porta se abriu e um feixe de luz irrompeu na sala. Era Lanckfell, estava com uma roupa toda preta com detalhes em prata no colete, e botas pretas de couro, seu rosto ficou ainda mais pálido ao ver que não era o único no local.

- Henrico – cumprimentou Lanckfell

- Magnor. – retribuiu Castell

- Todos sabem que está estranho ultimamente, mas devo admitir que não esperava encontrar você

aqui – pausa – Principalmente essa hora.

Castell olhou para o relógio de relance, sim, eram três horas da madrugada, o tempo passou voando desde as vinte e uma, quando todos deixaram o labirinto, ficar fuçando os livros antigos de feitiços realmente era uma boa distração para ele.

- Digo o mesmo de você – rebateu – Alias, posso saber o motivo de sua visita a minha sala em um horário como esse? – se havia uma coisa que Henrico Castell não era desde muito tempo atrás era idiota, sabia que receberia como resposta uma mentira bem elaborada, com certeza Magnor já havia preparado uma versão caso algo desse errado, mas mesmo assim estava curioso para saber o que ele inventaria.

- Bom – começou – Vim buscar alguns mapas para mostrar aos diretores amanhã no primeiro horário – era fato que essa mentira não fora tão bem elaborada quanto se esperava.

Magnor Lanckfell começou a andar na sala examinando as estantes, era fácil saber que ele não buscava por mapas, ou algo do gênero, estava procurando alguma coisa em especifico. Talvez também soubesse de alguma coisa sobre o garoto e tinha vindo buscar qualquer outra informação que achava que Castell poderia ter, seja lá o que for era inconveniente.

- Se está procurando algo que possa me impedir de achar o garoto desista – falou – Ele já foi encontrado.

Lanckfell se fez de desentendido no inicio, mas após perceber que não tinha conseguido enganar nem mesmo a si próprio, mentir nunca fora seu forte mesmo, mas descobrir, nisso ninguém era melhor que ele.

- Não estou querendo isso – começou Magnor – Mas quero que entenda, essa sua busca obsessiva por vingança não dará em nada, todos sabemos que não há como vencer o que tem fora desses muros, e essa é a verdade.

- Às vezes precisamos deixar de acreditar nas trevas para enxergar a luz – rebateu Castell por fim.

Fez um gesto para que Lanckfell fosse embora, esse ficou mais um tempo encarando Castell, mas por fim saiu, todos temiam a ele, sabiam que seu poder era grande, e seus feitiços mais fortes que os dos outros, era por isso que aprendizes davam qualquer coisa para treinar com ele, e também era por isso que estava onde estava, diretor do labirinto. Ficou refletindo sobre tudo o que havia acontecido, talvez estivesse finalmente ficando louco, como se suas memórias não correspondessem ao que realmente havia acontecido, comparou a sensação de formigamento a isso, uma coisa que é estranha, mas não rara. Estava na hora de voltar para casa e descansar, começou a pegar os livros debaixo da estante a sua direita, velha e toda feita em carvalho, com algumas partes esculpidas com o símbolo statera, jogou todos os livros na mesa, pegou uma bolsa e conjurou o feitiço infinitum nela, para esta tarefa precisou de um pouco de concentração pois estava um tanto nervoso repentinamente, após conjurado com sucesso jogou todos os livros, um a um, dentro da pequena bolsa.

Pegou seu cajado de cima da mesa, pelos Deuses, como conseguiu ficar tanto tempo sem tê-lo em suas mão, normalmente não ficava nem mesmo um minuto sem ele. Pegou o cajado com as duas mãos e com as palavras quae portum abriu um portal que se transformou em fogo lilás, foi até a porta e à trancou, retornou a mesa, pegou a bolsa e mergulhou nas chamas.

Wilkison

Damazio

Wil nasceu em 2000 e pegou o gosto pela leitura aos 13 anos de idade, e mais tarde começou a escrever, resolveu criar o blog O Labirinto para poder se expressar e compartilhar com os outros seus textos e suas estórias.

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